sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Medicina em Harvard- por Antonio Bianco

Onze mil docentes e 500 alunosAssim é a Escola Médica de Harvard, onde saber a matéria é apenas um dos seis critérios para passar de ano
Prédio central da Harvard Medical School
 
Quando cheguei aqui, há cerca de 10 anos, já havia lecionado e coordenado cursos nas Faculdades de Medicina da Santa Casa de São Paulo e da USP durante pelo menos 15 anos. Mesmo assim, a experiência didática na Faculdade de Medicina Harvard surpreendeu.
Primeiro, porque ninguém é obrigado a dar aulas. Com cerca de 11 mil docentes para aproximadamente 500 alunos, a grande maioria dos docentes nunca dá aula, mesmo se quiser. Os docentes que procuram dar aula são geralmente aqueles que estão em processo de promoção, uma vez que tem se valorizado bastante a experiência didática nesse processo.
Para os docentes afiliados aos hospitais – como é o meu caso – existe uma motivação adicional: a monetária. Nós recebemos cerca de US$50/hora além do salário base normal. Não obstante, a decisão sobre a composição do corpo docente cabe aos coordenadores dos cursos, os quais, de uma forma geral, buscam os líderes em cada uma das áreas. Assim, dificilmente um docente ministra mais de uma ou duas aulas no mesmo curso.
O formato dos cursos varia muito, mas, de uma forma geral, as atividades começam às 8h da manhã com uma ou duas aulas magistrais para toda a turma. Essas aulas são como conferências em congressos, com gravação de áudio e vídeo, pois os alunos podem a qualquer momento visitar o site do curso na intranet da faculdade e assistir à aula novamente no computador. Freqüentemente os alunos batem palmas efusivamente no final das aulas. Em seguida, após um breve intervalo, os alunos se dividem em grupos de 12 para conversar e discutir durante uma hora e meia sobre a(s) aula(s) daquele dia, sempre em salas pequenas e sob a monitoração de um docente. A composição desses grupos é balanceada de acordo com sexo, raça e origem dos alunos. A orientação da faculdade é que os monitores falem o menos possível; devem fazer perguntas de tempos em tempos no sentido apenas de orientar a discussão e evitar o caos ou perda de tempo.
O tempo é curto e insuficiente para cobrir toda a matéria. O curso de fisiologia humana (excluindo-se neurofisiologia), por exemplo, é dado em apenas seis semanas. Em função disso, os alunos têm o direito de levar a discussão para qualquer direção, mesmo que não seja a direção ideal, sem que o monitor possa interceder. Todos se sentam ao redor de uma mesa em salas equipadas com um computador, teclado e mouse sem fio, e um monitor grande de plasma pendurado na parede. Uma vez que os professores não podem esclarecer dúvidas, o Google é a ferramenta mais importante nesses seminários. Qualquer dúvida, sobre qualquer assunto, busca-se no Google. De vez em quando esses seminários são visitados por especialistas em educação médica que ficam sentados na sala sem falar nada, só observando e tomando notas; eu os chamo carinhosamente de “psicanalistas”. Uma vez, ao final de um seminário, um “psicanalista” me deu os parabéns, pois ele anotou que eu havia falado apenas cinco vezes durante todo o seminário! Para quem me conhece, sabe que isso é um feito. A maior parte das tardes é livre, para que os alunos estudem ou tenham atividades em laboratórios, ambulatórios ou enfermarias.
A avaliação dos alunos é coisa do outro mundo. Seis critérios são levados em consideração: presença, pontualidade, apresentação, relacionamento com os colegas, iniciativa para falar e liderar; e, finalmente, conhecimento específico sobre a matéria ministrada. Todos esses critérios têm o mesmo peso no cálculo da nota final. Assim sendo, ninguém falta à aula (mesmo porque os alunos estão pagando cerca de US$50 mil por ano), os rapazes freqüentemente usam gravata e as discussões são muito produtivas e cordiais. Nos cursos mais longos existe uma prova no meio do curso e uma prova final; trabalhos escritos ou apresentações orais também são freqüentemente utilizados. Nunca vi ninguém tirar nota baixa ou repetir o curso. Isso porque os alunos são muito esforçados e, acima de tudo, é obrigação do professor identificar precocemente alunos que não estejam indo bem. Esses alunos então recebem aulas de reforço (à tarde) e apoio pedagógico para que possam alcançar o desempenho do resto da turma. No final do curso, utilizando-se da intranet da Faculdade, os professores escrevem uma carta para cada aluno dizendo quais seus pontos fortes e quais os pontos que devem melhorar. Essa carta fica incorporada ao histórico escolar dos alunos. Ao mesmo tempo, os alunos individualmente fazem uma avaliação dos professores, a qual é enviada aos coordenadores dos cursos e aos professores.
O que fica claro é que a filosofia da faculdade é formar alunos com um conhecimento geral - até certo ponto superficial - de medicina, mas que se comportem como ótimos oradores e tenham o potencial para se tornarem futuros líderes nas suas respectivas áreas de especialização. Aliás, essa filosofia é marca registrada do Harvard College e naturalmente estende-se também as outras escolas de Harvard, fazendo com que, por sua postura e comportamento, ex-alunos de Harvard sejam facilmente identificados em círculos acadêmicos e profissionais. O interessante é que essa orientação contrasta com a filosofia de outras boas escolas americanas, e também de escolas médicas brasileiras, as quais ensinam aos alunos que o caminho do sucesso acadêmico é o conhecimento profundo dos fenômenos biológicos e médicos. Apesar disso, o meio acadêmico de Boston é bastante heterogêneo e aberto o suficiente para permitir que inúmeros médicos formados em outras faculdades, inclusive brasileiras, aqui obtenham grande sucesso profissional, e eventualmente sejam respeitados pelos “líderes” locais.
Por Antonio Biancopaulistano, médico pela Santa Casa de São Paulo e doutor em fisiologia humana pela Universidade de São Paulo (USP), onde foi professor por 15 anos. Seu laboratório fica na seção de tireóide do Brigham and Women's Hospital em Boston, da qual é chefe e professor associado de medicina na Universidade Harvard.
Fonte: Agência FAPESP

domingo, 4 de dezembro de 2011

Fine- Tiago Iorc


Essa música me inspira, simplesmente isso. Letra linda que inspira qualquer pessoa estando ela apaixonada ou não. Não importa.
Tiago Iorc é brasileiro nascido em Brasília e criado por muito tempo em Curitiba, mas depois de morar por muito tempo na Ingaterra é que começou a investir na música. Antes disso, cursou publicidade por insistência da família, mas depois que suas músicas foram lançadas e houve aceitação, ele decidiu rumar pelo caminho artístico e hoje emociona com suas canções muito bem feitas e lindas de morrer! Vale a pena assistir!
Tradução de Fine- Tiago Iorc:

Bem

Ele nunca esteve sozinho
Ela segura sua mão e todos os seus problemas desaparecem
Ele nunca se sentiu assim antes
Mas ele gostaria de tentar
'Entregue-se', é tudo que ele está pensando
'Entregue-se', agora ele está cantando em voz alta


Eu estou sentindo como se a minha vida acabasse de começar
E estou me sentindo bem
Eu me sinto tão vivo, cantando
Estou sentindo como se a minha vida acabasse de começar
E estou me sentindo bem
Muito bem, bem, bem


Ela ilumina as suas manhãs
Todos os planos dele parecem tão fáceis de resolver
Não é só sobre se sentir sozinho
É mais, só lhe dê uma chance
'Entregue-se', é tudo que ele está pensando
'Entregue-se', agora ele está cantando em voz alta


Eu estou sentindo como se a minha vida acabasse de começar
E estou me sentindo bem
Eu me sinto tão vivo, cantando
Estou sentindo como se a minha vida acabasse de começar
E estou me sentindo bem
Muito bem, bem, bem


Eu mal posso esperar para achar o caminho de casa
Eu mal posso esperar para começar
Nada acabará, enquanto tudo não começar




Te olhei nos olhos de novo
E mais uma vez
Eles estavam opacos
Cadê aquele brilho de antes?
Por que nos seus braços eu não me sinto mais segura?
Por que você mente pra mim?
Você diz tudo o que uma muher deseja ouvir, mas eu te conheço

Sinto que acabou...
E choro de novo
E mais uma vez
Nossos braços já não se arrepiam
Nossos corações não batem tão forte
Minhas mãos já não gelam como antes
Seus beijos não me arrepiam mais
Seu toque é indiferente na minha pele
Seus lábios parecem frios e distantes
Assim como nós estamos um do outro
Eu sigo minha vida e te digo um "adeus"

Você não se conforma e chora
E me culpa por nada ter dado certo, mas eu entendo
O fim é doloroso
Muitas vezes, é cruel e perturbador
Eu entendo...

Você me olha mais uma vez, segura meu rosto
Nossos olhos estão invadindo a alma um do outro
Sinto seus lábios se aproximando
A sensação é boa e aconchegante, mas eu não quero mais o que é seguro
Eu cansei!


Me afasto e vejo uma lágrima correndo por seus olhos
Não, não adianta disfarçar
Eu sei que você me ama
Eu também te amo
Mas isso é o fim...