terça-feira, 9 de julho de 2013

Divergente


Para quem nunca ouviu falar, Divergente é uma trilogia juvenil escrita pela Veronica Roth. Ela é uma autora americana, nascida em Chicago em 19 de agosto de 1988. Essas obras são as pioneiras dessa escritora que já demonstra um grandioso talento. O primeiro livro da saga foi lançado nos Estados Unidos em 2011 com o título Divergent. No início de 2012, a Editora Rocco lançou a tradução em português aqui no Brasil. No ano seguinte, Insurgent, o segundo exemplar, teve sua estreia nos Estados Unidos, chegando ao Brasil pouco tempo depois, mas só em maio de 2013 foi divulgado em português. O terceiro e último volume, Allegiant, só chegará às livrarias americanas em outubro de 2013 e ainda não tem previsão de vinda para o Brasil. 

 • Sinopse: 

 Em uma Chicago futurista, depois de guerras em prol da dominação, ambição sem limites e poder a qualquer custo, há um caos instaurado. Para evitar que toda a população sucumbisse, a sociedade foi organizada para assegurar a ordem e suprimento das necessidades básicas de todos. Para tanto, as pessoas foram separadas em facções. Cada facção é responsável por um setor de acordo com suas habilidades e crenças pessoais. As divisões são denominadas: Abnegação, Audácia, Amizade, Erudição e Franqueza. Beatrice Prior nasceu e foi criada na Abnegação, onde a principal característica e prioridade é o altruísmo. Os membros desta facção são contidos, tolerantes e pacíficos ao extremo. Beatrice sente-se um peixe fora d’agua na maior parte do tempo. Ela não tem a mínima habilidade de baixar a cabeça para os outros. Ao contrário, prefere desafiar. Entretanto, sabe que precisa se conter para não ser chamada à atenção, principalmente pelo irmão mais velho, Caleb. Ao completar 16 anos, os jovens são submetidos ao teste de aptidão. Nesse teste, descobrem a qual organização se enquadram melhor e então, no dia seguinte, em uma cerimônia de inicialização, são obrigados a escolher uma delas. Porém, nada é fácil. Se escolherem uma facção que difere daquela a qual nasceu, precisarão deixar sua família para trás; a nova facção torna-se a partir daquele momento suas novas casa e família. Há um conflito interno em Beatrice. Ela ama sua família,
mas sabe que permanecer na Abnegação irá sufocá-la. No entanto, assim como a maioria, é aterrorizada pela possibilidade de viver “sem- facção” (todos os que são expulsos ou que não conseguem completar a fase de inicialização). No entanto, esses medos tornam-se menos palpáveis depois que as coisas começam a desandar de uma forma totalmente inusitada. Ela descobre que há muitos segredos que não podem ser revelados. O teste de aptidão não sai como o esperado, alguma coisa deu terrivelmente errado, mas ainda assim, é obrigada a escolher. E essa escolha vai mudar totalmente o rumo de sua vida. 

  Cinema:

 Veronica Roth vendeu os direitos para filmagem do longa- metragem em abril de 2012. As gravações já iniciaram e o filme tem previsão de lançamento para março de 2014 nos Estados Unidos, ainda não sabemos quando acontecerá no Brasil. A atriz Shailene Woodley interpretará a personagem principal, todavia o elenco também conta com Theo James como o “Quatro”e Kate Winslet como “Jeanine Mathews”. A direção é do cineasta americano Neil Burger, famoso por dirigir e roteirizar “O Ilusionista” em 2006. O roteiro é do Evan Daugherty e a produção da Summit Entertainment. 

 Enquanto não temos o trailer do filme, segue abaixo o Book Trailer (feito por fãs): 



 Qual a sua facção? 

Nas minhas buscas pela internet, acabei encontrando esse teste rápido e fácil de aptidão. Ele é divertido e te
 designa para uma das facções de acordo com suas respostas. 




segunda-feira, 8 de julho de 2013

Convivência inevitável


Eles suportavam-se mutuamente desde...desde...Sempre! Exatamente isso. Sempre fora assim. Precisavam conviver e como para tudo nessa vida, haviam os pontos bons e muitos lados ruins, normal. Ela sempre queria colocar um pouco de juízo naquele cabeça dura, mas era uma missão extremamente exaustiva. Mesmo que implorasse para ser ouvida e atendida, ele sempre a desafiava. Vitor tinha essa mania de gostar do mais difícil, de coisas que deixavam-na a ponto de arrancar o cabelo, fio por fio. Em sua teoria, ele fazia de propósito, só pra irritá-la. No entanto, uma coisa era certa: não conseguiam viver separados; e não foi por falta de tentativas, diga-se de passagem.

Entretanto, verdade seja dita, ele não era rebelde o tempo todo. Vez ou outra seguia os conselhos dela. Formou-se cedo na faculdade, arranjou um bom emprego, evitava confusões e brigas desnecessárias e cuidava bem de sua própria saúde; não era dado a vícios. Pelo menos, tinha um bom senso de autopreservação. "Graças a Deus!" 

Às vezes, ela poderia até dizer que se sentia orgulhosa, mas logo em seguida, Vítor fazia alguma coisa bem idiota para desestimulá-la. 

Dessa última vez, foi a um bar comemorar o aniversário de um de seus amigos e bebeu como se o mundo fosse acabar dali a algumas horas. Ela o acompanhou como sempre fazia e pediu encarecidamente para que parasse de beber. Mas ele, por sua vez, apenas mostrou uma carranca, franziu a testa como se a repreendesse e mandou mais uma dose de tequila pra dentro. 

Ela acordou cedo na manhã seguinte. O relógio nem havia despertado, mas a noite foi conturbada. Aliás, muito mal conseguiu relaxar. Divagou por lugares horríveis, pesadelos que a faziam arrepiar-se ao lembrar. Tudo isso por causa da imprudência de seu companheiro. A culpa de uma noite mal dormida, como sempre, era dele. Movimentou-se e agitou-se desconfortavelmente de propósito até senti-lo acordar. Vitor a tirava do sério, vinte e sete anos e ainda se comportava como uma criança. Bufou e cruzou os braços esperando-o abrir os olhos. Se ele podia ser birrento, ela também seria.

Vitor elevou a cabeça do travesseiro momentaneamente, mas voltou a deitar-se, deixando um gemido de dor. 

- Bem feito! Quem mandou se embriagar? Eu bem que te avisei!
- Cale-se! - murmurou enraivecido.
- Você é um idiota. Não adianta ficar nervosinho comigo. Não tenho culpa dessas burradas que você comete. Anda, levante-se! Você tem que trabalhar.
- Já disse pra se calar! - espremeu o travesseiro contra o rosto tentando se acalmar e ao mesmo tempo, diminuir aquela cefaléia horrível.

Ela cruzou os braços novamente e resmungou baixinho. Odiava quando era chamada a atenção. Ela era a parte sensata daquilo ali. "Quem ele pensa que é? Queria vê-lo sobreviver sem mim."

Vitor se arrastou para fora da cama e caminhou até ao banheiro. Encarou-se no espelho por um momento. Seus olhos arregalaram-se com o que viu, sua aparência estava deplorável. Ela queria sentir-se bem e vingada com a reação dele, mas tudo o que ele fazia tinha efeito sobre ela. O máximo que poderia sentir seria raiva e isso já transbordava por todos os lados de seu ser. Mirou-se no espelho e também não gostou de sua imagem.

Olhou-se mais uma vez. Retorceu o canto direito da boca, não sentia-se bem consigo mesma. Não mesmo! Mas não teria tempo de consertar a situação. 

O dia estava gélido. O vento açoitou a janela do quarto provocando um estrondo contra o vidro. O barulho os sobressaltaram. Péssimo dia para sair.

- Merda de segunda-feira. - Vitor cochichou, ranzinza.

- Seria menos pior se não estivesse com ressaca. - ela comentou acidamente sabendo que iria irritá-lo. 

Vitor não respondeu, apenas despiu-se e entrou no box. Talvez a água quente revigorasse suas forças e melhorasse seu humor.

Pouco depois das oito, chegou à sua sala no escritório de advocacia. Cumprimentou a recepcionista que caminhava em sua direção, cruzando com o caminho dele. "Que gostosa!" - pensou e abriu a porta. Havia um bilhete em cima da mesa. Leu-o rapidamente. "Reunião logo agora? Que merda de dia!"

Encaminhou-se para a sala onde quase todos os advogados já estavam reunidos.
- Bom dia, parceiro. - André cumprimentou-o, muito bem humorado. Bem até demais para uma segunda-feira tempestuosa. - Que cara de ressaca é essa? - zombou. 

- Não torra minha paciência, por favor. Minha cabeça está quase estourando. - É, a água quente não serviu de nada para melhorar seu humor.

- Se você tivesse me ouvido... - provocou mais uma vez.

- Chata. Filha da puta chata! - rosnou.

- Ei, cara, eu só estava brincando. - André defendeu-se. Seu olhar transbordava ressentimento.

Vitor sentiu-se mal pelo colega de trabalho.

- Não, me desculpe. - seu tom abrandou. - Não estava xingando você.

O amigo olhou à volta da sala por um momento, mas ninguém parecia estar ciente da conversa dos dois.

- Então, estava falando com quem? - ergueu uma das sobrancelhas, desconfiado.

- Já ouviu falar em dor na consciência? No meu caso, a dor que ela me provoca é pior do que ressaca. Ela é a mais chata que existe.

André olhou-o atordoado, tentando compreendê-lo e ao mesmo tempo, avaliando sua sanidade. A Consciência sorriu satisfeita. Pelo menos, da próxima vez, Vitor seria mais sensato.

Monstros

         O pai estava preocupado com o silêncio de Alice. Pela enésima vez naquele dia, entreabriu a porta do quarto e a encontrou na mesma posição das vezes anteriores; sentada em perna de  chinês em cima dos lençóis da pequena cama e com um livro sobre o colo. A testa da menina estava franzida, parecia deleitar-se com a leitura. Entretanto, a preocupação dele não era infundada. A filha nunca fora dada à leituras; Alice, assim como ele, eram o oposto de Marcela, sua esposa. Ambos, pai e filha, não gostavam de perder tempo dentro de casa enquanto um glorioso dia de sol os convidavam para um belo passeio ou brincadeiras ao ar livre. E sendo bem sincero, eles só tinham uma biblioteca bem equipada no escritório da casa por causa de Marcela que lecionava literatura em uma universidade local. Ele sempre passava muito mais tempo com a filha, pois chegava mais cedo do trabalho. E naquele dia, assim como nos anteriores, Alice parecia absorta em seu próprio mundo; calada, introvertida e aparentemente apreensiva.

      - Minha filha, você está sentindo-se bem? - adentrou o quarto, não aguentando mais aquele suspense.

      - C-claro, papai. - ela gaguejou e tentou se recompor, mas o sorriso amarelo não convenceria assim tão fácil seu velho pai.

     - Hum, sei. - ele aproximou-se rapidamente da cama e sentou-se na beirada. - Por favor, Alice, diga-me. O que está errado?

A menina suspirou e olhou-o resoluta; optou por confiar no pai e contar-lhe a verdade - ainda que parecesse um tanto...ridículo de sua parte.

     - Promete que não vai rir? - ela pediu.

     - Claro, prometo. - respondeu rapidamente, tentando conter a ansiedade.

     - Bom, eu sei que não sou mais tão pequena e nem deveria me sentir assim, mas... sinto medo do bicho-papão. - falou depressa antes que perdesse totalmente a coragem.

        Ele fitou-a, incrédulo. Alice já contava de nove anos de idade e nunca demonstrou nenhum medo desse tipo. Ela era tão esperta que desde os cinco anos, sabia que o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel eram personagens fictícios porque achava ilógico que eles pudessem atender à todas as crianças do mundo em um único dia. Sim, ela sempre foi muito racional, muito inteligente, ninguém conseguia ludibriá-la. Exatamente por conta disso, ele ficou tão chocado com a declaração da filha que não pôde conter uma gargalhada. Alice se zangou.

    - Você prometeu não rir. - fez beicinho e cruzou os braços.

   - Desculpe filha. - ele se recompôs, contorcendo os cantos dos lábios para segurar o riso. - Mas por que está com tanto medo? Você nunca se amedrontou com essas bobagens.

    - Porque agora eu sei que eles existem. - ela fez um muxoxo, ainda zangada. -E isso me deixa em pânico. Ainda mais porque não podemos nos livrar deles. Pelo menos, não permanentemente. - deu de ombros e suspirou.

         Achou aquilo curioso. Ele não tinha ideia ao que a filha se referia.

     - Explique, por favor. - pediu.

  - É simples. Preste atenção. - ela sempre usava esse jeito "adultificado" quando precisava ser compreendida. Provavelmente espelhava os modos enfáticos de Marcela. - Minha professora disse que o maior monstro vive dentro de nós. - continuou - Ele se regozija com nossa ignorância e, com isso, nos torna preconceituosos, arrogantes e burros. Esse monstro incita o ódio contra nossos semelhantes, faz com que não respeitemos uns aos outros, e nos faz achar que somos melhores do que outro ser humano. É o mais perigoso dentre todos os monstros porque ele é assintomático e cresce lentamente até que chega o ponto em que nos destrói. O pior é que segundo minha professora, o único meio de destruirmos esse mal é com conhecimento porque é o conhecimento que nos ajuda a ampliar horizontes, ver e respeitar a história e o espaço de cada pessoa segundo a sua própria ótica. Não sei muito bem o que significa "ampliar horizontes" nem "ótica de cada um", mas acho que ela está certa. O meu monstro eu chamo de bicho-papão por enquanto e espero que ele permaneça adormecido. - respirou fundo quando terminou suas conclusões.

     O pobre homem acenou, complacente. Achou um absurdo a professora ter colocado tantas caraminholas na cabeça daquelas criaturinhas  tão novas, mas de certa forma... Sacudiu a cabeça para dispersar o devaneio. Levantou-se lentamente, beijou a testa da filha,  incentivou-a a continuar em sua leitura e retirou-se do cômodo.
        
       Durante todo o jantar permaneceu em silêncio tentando digerir todas aquelas informações. Preconceito, respeito, diferenças, pontos de vista divergentes, solução, conhecimento. Tantas palavras e cada uma carregava um peso e uma medida.

     - Tudo bem, querido? Você parece tão absorto hoje... - Marcela baixou o livro no colo e franziu a testa ao observar os movimentos distraídos do marido pelo quarto.

      Ele deitou ao seu lado na cama, encarou-a por um momento tentando ler sua expressão. Aquilo iria parecer ridículo, mas...

     - Você acredita em bicho-papão, Marcela? - indagou, amedrontado.

"'Cause I can't be anyone but me, anyone but me"

Idaho- Nerina Pallot




Vez ou outra fico surpresa e encantada com alguns talentos. Aquelas pessoas que parecem inspiradas o tempo todo e acabam por te inspirarem de uma forma inusitada. Sempre me pego pensando como a mente dessas pessoas trabalham. Como conseguem escrever uma canção que fala à alma de outrem? Nerina Pallot é uma dessas boas surpresas inspiradoras pra mim. Ela é uma cantora e compositora londrina que gravou o primeiro álbum, Dear Frustrated Superstarem 2001. Depois deste, seguiu-se: Fires em 2005, The Graduate em 2009 e por fim, Year of the Wolf em 2011.

domingo, 7 de julho de 2013

"The life is a switchback so...Put Your Hands Up!!!"


É um dos vídeos que me inspiram. Nerina Pallot tem uma voz maravilhosamente doce, serena e cativante. Recomendo também a música "Idaho" da mesma cantora.

Então, não é lindo?

Contexto Fora de contexto


- Então era isso?
- Sim, não é lindo?
- Ahn...sim, mas eu esperava por mais...
- Como assim?
- Ah, você sabe, que fosse maior e mais largo. Dessa forma. - mostrou em gestos.
- Entendi. Mas é assim mesmo.
- Hum...mas é interessante, eu gostei.
- Eu também.
- Sabe, estou pensando uma coisa aqui, cá com os meus botões.
- É? E o que seria?
- Imagina que louco se escrevêssemos essa cena.
- Como assim?
- Ah, do jeito que somos péssimos para descrever cenários e contextos, seria engraçado.
Ninguém entenderia do que estamos falando.
- Há-há. Verdade! E que tal se tentássemos?
- Então, vamos lá. Onde está o computador?

Caixa das Figuras


- Cara, acabei de entrar dentro de casa e encontrei isso em cima da mesa da cozinha.
- Tautologia. - comentou baixinho enquanto folheava o caderno de notícias.
- Não. É uma caixa do correio.
- Não era a isso que me referi.
- Então a quê? - indagou, confuso.
- "Entrar dentro de casa".
- E o que que tem? O que isso tem a ver com a encomenda?
- Nada. Por isso disse que não era a isso que me referia.
- Então por que estamos falando sobre isso?
- Não estamos. Ah, esquece. O que tem na caixa?
- Ainda não sei. Parece um elefante encaixotado de tão pesada.
- Isso é uma hipérbole.
- Se você sabe o que tem dentro, por que está perguntando?